Durante toda a vida aquele homem havia sobrevivido da caridade dos outros, sentado à porta daquela igreja, talvez seus planos para o futuro não incluíssem muitas coisas além de continuar vivo, afinal, não devem ser muito ambiciosos os sonhos de alguém que não pode sequer se locomover com as próprias pernas. O dinheiro que recebia ali garantia a sua sobrevivência, mas não lhe devolvia a expectativa de uma vida normal, até que um dia cruza pelo seu caminho dois homens diferentes daqueles religiosos que freqüentavam aquele templo. Eram Pedro e João, que ao se depararem com aquele quadro, resolvem dar para aquele homem algo bem mais valioso do que a esmola que ele pedia. A frase usada por Pedro diz muito mais do que aquelas poucas palavras poderiam expressar : “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (Atos 3:6). Eles viam ali não apenas a necessidade financeira de uma pessoa miserável, eles viam um ser humano carente de auto-estima e de motivação para viver, e isso, os dois discípulos tinham de sobra – “O que eu tenho eu te dou”, foi o que Pedro disse. Esse é, na minha opinião, o ponto principal deste episódio. Pedro estava dando daquilo que ele tinha, daquilo que ele vivia, ou seja, a fé, o amor e o poder de Deus capazes de transformar vidas.
Este é o evangelho que precisa voltar a ser pregado, e, acima de tudo, vivido hoje em dia. Talvez ele esteja em falta, porque muitos dos que o pregam não tenham muito mais a oferecer do que a utopia de uma vida próspera e livre de problemas. Falta uma conexão com a vida real, com o sofrimento dos necessitados, falta coragem para se encarar a origem das feridas e não apenas tentar estancar hemorragia crônica com band-aid.
Quando aquele homem fica de pé, ele é tomado pela esperança de uma vida melhor, bem diferente daquela que ele tinha vivido até aquele dia, Pedro e João devolveram a dignidade para aquele mendigo. Agora a sua vida estava de fato mudada e dinheiro nenhum poderia comprar o que ele havia acabado de receber.
O verdadeiro evangelho transforma vidas. É preciso que estejamos comprometidos em pregá-lo e praticá-lo; de outra forma, correremos o risco de sermos “sal que para nada presta”.
“Vós sois o sal da terra, e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13)
Graça e Paz
Ouçam a trilha do post e meditem na letra. Vale a pena.
Trilha sonora do post Fruto Sagrado - O que na verdade somos
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