A lembrança da casa de seu pai retorna.
Se o filho tivesse vivido de maneira econômica
Nunca teria tido a idéia de voltar.” (Simone Weil)
Das histórias que Jesus contou, a parábola do filho pródigo talvez seja a que ilustre com maior propriedade a Graça de Deus. Um pai de braços abertos festejando a volta de um filho que tinha abandonado o lar, sem se importar com quantas e quais desventuras ele havia se metido enquanto estava distante, é, na minha opinião, a melhor definição para a Graça Divina. Aliás, essa parábola vem na seqüência de outras duas, a parábola da ovelha perdida e a da dracma perdida, onde o desfecho é o mesmo: alguém se alegrando por ter encontrado algo que havia perdido. Parece que Jesus queria mesmo enfatizar algo sobre o caráter de Deus que muitos desconhecem ou se recusam a aceitar por achar fácil demais: que Deus não é um carrasco, mas sim um pai perdoador que valoriza a volta, que se alegra com o reencontro. Um arrependimento verdadeiro é o único requisito para termos acesso a Sua graça, nada mais. Deus não nos dá um cronograma com um certo número de passos a serem seguidos ou qualquer outro tipo de indulgência a ser paga para sermos aceitos de volta, ele simplesmente conhece nossas intenções e não resiste à um coração verdadeiramente arrependido – “O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. (Salmos 51:17)”.
O fato é que nosso senso de justiça, muitas vezes, nos impede de pensarmos como Deus, achamos que um filho que desperdiçou toda sua herança com coisas fúteis não merece mais a confiança do pai, ou, pensando de maneira mais “misericordiosa”, que ele deve reconquistar essa confiança – “Trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se. (Lucas 15:23-24).” Essas foram as palavras daquele pai, nada mais importava para ele senão o regresso de seu filho querido ao lar.
É bom demais saber que temos um Deus assim. Que a cada dia nós possamos aprender a deixar de lado nossa arrogância de acharmos que somos justos o suficiente ou que podemos alcançar qualquer tipo de favor de Deus pelo que fazemos. Graça é receber o que não merecemos, algo que não nos custou nada. Philip Yancey diz duas coisas reveladoras sobre a Graça :
“É um presente que custa tudo para o doador e nada para o que recebeu.”
“A graça, meus amigos, não exige nada de nós a não ser que a aguardemos com confiança e reconheçamos com gratidão”.
Aquele filho desfrutou da graça quando reconheceu que havia cometido um grande erro ao se afastar de seu pai , talvez existam muitos que estejam tão cegos em sua auto-suficiência que não conseguem perceber que já estão distantes do Pai e deixam cada vez mais para trás o caminho de volta.
Que Deus abençoe a todos.
Um comentário:
Muito bom o seu post. Essa parábola realmente mostra que Deus não é como nós, que quer sempre devolver o que nos é feito na mesma moeda, mas sim que está disposto a sempre olhar para nós e nos dar mais uma chance.
Postar um comentário