01 setembro 2010

Contando os Dias


"...Quem sabe que o tempo está fugindo descobre subitamente a beleza única do momento que nunca mais será..." (Rubem Alves)


Desde o dia em que nascemos vivemos em contagem regressiva rumo à nossa derradeira certeza. O tempo é implacável e a estrada a ser percorrida é sempre mais longa do que os dias que temos para viver. Não temos como definir a quantidade desses dias; é claro que uma vida regrada pode fazer com que eles aumentem sensivelmente, mas no geral, esse controle não está em nossas mãos.

Assim sendo, o que podemos sim definir e escolher é a qualidade como vamos passar a nossa breve estadia neste mundo.




“Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmos 90:12).

Essa frase retirada de uma oração de Moisés expressa a preocupação de alguém que quer fazer sua vida valer a pena. Quanto tempo gastamos com coisas que nos roubam a essência de uma vida realmente feliz? Nos perdemos no afã de ganharmos o mundo e quando percebemos, já deixamos tanta coisa preciosa para trás. Quanta distância criamos entre nós e pessoas que nos são importantes, quantos pedidos de socorro dos que estão ao nosso lado deixamos de perceber, quanta solidariedade deixamos de prestar; se alguém nos para na rua pedindo um trocado nós, quando damos, o fazemos de maneira tão automática, afinal assim nos livramos mais rápido daquele que nos pede, geralmente sem dirigirmos sequer uma palavra, gesto este, tão simples, que poderia devolver um pouco de dignidade à quem não espera mais nada da vida.

Passamos a vida nos contentando com algumas alegrias e nos privando da felicidade. Tenho aprendido a diferença entre uma coisa e outra : alegria sempre está ligada às circunstâncias que nos cercam, é algo momentâneo, um estado passageiro, como um prêmio conquistado, a aquisição de um bem que desejamos muito, naquele momento estamos alegres, mas depois de um tempo, essas coisas já não causam mais esse efeito em nós; já a felicidade vem pra ficar e muda a estrutura das nossas vidas, ela está ligada a nossa consciência, são aquelas coisas que nos trazem uma paz inexplicável. É poder dizer como Davi : “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro. (Salmos 4:8).

O que temos feito do nosso tempo? Essa escolha é pessoal. Não importa a quantidade de momentos alegres que vivemos, a soma deles não nos garante a felicidade. As escolhas estão sempre diante de nós e o relógio jamais andará para trás.

Graça e Paz.

Trilha sonora do post : João Alexandre - Quem sou eu

2 comentários:

Priscila disse...

Olá Alexandre... Que lindo texto, me trouxe uma reflexão muito grande a respeito do assunto. Realmente devemos usar o nosso tempo com sabedoria, hoje em dia as coisas estão tão corridas que esquecemos de aproveitar o que de melhor Deus nos deu. A vida, e não é aproveitar gastando-a nos prazeres do mundo, mas aproveitar sabendo que estamos no centro da vontade do Senhor, sentimento esse que nos dá paz e alegra o coração.

Gostei mt do seu blog.

Que Deus te abençoe

Pris

Anônimo disse...

Amei seu texto, bastante reflexivo. Seu blog tem ótimas matérias. Caso vc queira utilizar algum texto do meu blog fique à vontade, geralmente eu os escrevo, aquilo que pego de outros blogs eu ponho a referência.

O segredo de um blog bem visitado e divulgado é justamente a qualidade de suas matérias e a frequente atualização. Hoje eu e Douglas que é o criador do blog a sombra, estamos postando diariamente matérias. Gosto também de visitar outros blogs para pegar alguma ideia ou até mesmo textos, mas com permissão do dono.
Que Deus continue te abençoando Alexandre.

Rico Cheng